quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Compra de medicamentos em modelo de partilha de risco

Segundo uma notícia publicada hoje no Jornal Sol (aqui), "os hospitais vão poder comprar um dos novos remédios para a hepatite C (Boceprevir) e pagar apenas os tratamentos dos doentes que ficarem curados." Uma notícia para ir acompanhando...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Fusões hospitalares e economias de escala


No passado mês de dezembro foi publicado no European Journal of Health Economics este artigo de Helda Azevedo e Céu Mateus onde se avalia a criação de centros hospitalares, em Portugal. A análise do período 2003 a 2009 sugere a existência de uma dimensão ótima de cerca de 230 camas. Analisando ainda as fusões ocorridas entre 2004 e 2007 conclui-se que existe um aumento estatisticamente significativo dos custos de cerca de 8%.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A importância das críticas construtivas


Foi publicado um post no Blog da Harvard Business Review (aqui) onde se conclui que as pessoas acreditam que a crítica construtiva dos seus superiores hierárquicos (se efetuada de forma adequada) é essencial para o desenvolvimento da sua carreira, embora os líderes não se sintam muito confortáveis a efetuar críticas negativas. Curiosamente, esta conclusão vem ao encontro do trabalho de investigadores da área da Psicologia, como Nemeth, que se têm dedicado a estudar a importância das críticas abertas, por exemplo nos grupos de trabalho, para possibilitar uma melhor tomada de decisão.

Num dos seus estudos, Nemeth realizou uma experiência com estudantes que tinham de propor soluções para a resolução de um problema de congestionamento de trânsito. Um primeiro grupo trabalhou de acordo com as regras do brainstorming (não sendo permitidas críticas). No outro grupo, os elementos foram incentivados a apresentar todas as ideias que tivessem, mas foi sugerido o debate e a crítica. Num terceiro grupo nada foi dito quanto às regras de decisão. Os resultados do primeiro grupo superaram os resultados do terceiro. Mas o mais criativo foi sem dúvida o segundo (+ 20% de ideias). E, quando decorrido algum tempo, os participantes individuais de cada grupo foram individualmente questionados quanto a ideias adicionais para resolver o problema, os que tinham integrado o grupo onde se incentivam as críticas apresentaram 7 ideias novas, contra apenas 3 ideias dos restantes grupos. O desacordo e a exposição a perspetivas não familiares estimulará a criatividade, porque encoraja a compreender melhor o trabalho dos outros e a procurar apoio para defender os pontos de vista individuais. O debate pode não ser agradável, mas será certamente mais produtivo. Estas conclusões e outras semelhantes são apresentadas neste excelente artigo de Jonah Lehrer, de 2012, no The New Yorker.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Bad Pharma (2)

O livro Bad Pharma comentado num post anterior (aqui) e o movimento para uma maior divulgação da informação contida nos ensaios clínicos (ver site All Trials) continuam a merecer atenção internacional. Na Health Affairs acaba de ser publicado um comentário ao livro (aqui), referindo que a sua ideia fundamental é que "O sol é o melhor desinfetante", uma famosa citação de Lois Brandeis. Porém, há que ter consciência que a transparência não está isenta de potenciais problemas (veja-se, por exemplo, aqui e aqui).

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Despesas em saúde nos EUA

Sobre a evolução das despesas em saúde nos EUA, muito interessante o artigo publicado no NEJM por Blumenthal, Stremikis e Cutler (disponível aqui). Um dos fatores apontado para o crescimento da despesa neste país (nos anos 2000) foi precisamente a não negociação de preços entre as entidades governamentais e as entidades privadas (com exceção do Medicare, do Medicaid e dos períodos de maior sucesso das organizações de saúde gerida), o que permitiu grandes variações nos preços cobrados pelas entidades privadas (tal como se discutiu no post anterior).

Variações de preços de atos nos EUA

Para além das variações de prática clínica (já mencionadas num post anterior), nalguns países existem também grandes variações nos preços praticados pelos cuidados de saúde. Nos EUA, está a causar polémica a difusão pela internet de uma fatura com um custo total de cerca de 55 000 USD por uma apendicectomia, dos quais cerca de 11 000 USD foram pagos pelo doente (mais aqui). Um estudo realizado na California concluiu que os valores faturados aos clientes variavam entre os 1500 USD e os 180 000 USD (ler aqui).